Empreendedoras do sul da Bahia comemoram data com trabalho e talento

Maria Eugênia e Paloma, dois exemplos de empreendedorismo bem sucedido
Ascom

Kalila, Maria Eugênia, Paloma, Ediane. Os nomes são tão variados quanto as habilidades dessas mulheres que representam, pelo entusiasmo, criatividade e capacidade de trabalho, as empreendedoras do sul da Bahia neste Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março. Os exemplos inspiradores integram o grupo de empreendedores da região, que optaram, nos últimos anos, pelo segmento de prestação de serviço, através do Simples Nacional, e que vêm contribuindo com a geração de receita para os municípios.

Segundo dados da Receita Federal, em 2013, os 26 municípios que compõem o Território Litoral Sul faturaram, juntos, com Imposto Sobre Serviço (ISS), o montante de R$ 6.015.000, com a atividade de Microempreendedores Individuais (MEI) e microempresas. As duas maiores cidades da região – Ilhéus e Itabuna – faturaram juntas cerca de R$ 5 milhões em ISS.

Na ala feminina desse batalhão de empreendedores, estão casos como o da dona de casa Maria Eugênia Sertório, que trabalhava na informalidade como sacoleira, em Itabuna, no sul do Estado. Apesar da insistência, o negócio nunca foi muito adiante, por causa do alto índice de inadimplência. Para complementar a renda, arranjava um tempinho na agenda para exercer outra atividade que sempre foi a sua grande paixão: a de cabeleireira.

A partir do ano 2010, ela se formalizou como microempreendedora individual e transformou o que era “um bico”, uma ajuda para pagar as contas, no seu negócio mais lucrativo. O salão de beleza, na garagem de casa, passou a atender de forma mais profissional à clientela, que antes só era agendada nas horas vagas. Para se qualificar decidiu participar das atividades do Sebrae e se integrou ao Núcleo de Salões do Projeto Comércio e Serviços.

“Essas decisões mudaram minha história e, por causa do Sebrae, hoje tenho uma empresa, crédito em banco e trabalho para, ainda este ano, profissionalizar mais meu negócio”, afirma. Maria Eugênia. O movimento aumentou tanto que hoje ela conta com a ajuda da filha, Paloma, estudante de Biomedicina. Entre um trabalho e outro, a jovem destaca o orgulho que tem da história de luta da mãe. “Ela é uma vencedora. Basta ver tudo isso aqui”.

A estudante de administração, Kalila dos Santos Brito, há seis meses, se formalizou e abriu um Café Expresso no Centro Histórico de Ilhéus para comercializar bolos, tortas e cupcakes de cacau e de banana. Ela integra as 2.028 empresas formalizadas no município em 2013, beneficiadas pela Lei Geral e políticas de incentivo ao pequeno negócio.

Ao investir no diferencial do sabor e da história do cacau, o Kalila Café alia o talento natural da empresária para a culinária e a capacitação técnica dos cursos do Sebrae. “Buscar a formalização foi uma decisão importante na minha vida”, reconhece a empreendedora. Frequentadoras assíduas do café, as irmãs Urânia e Suzana Barral elogiam. “É muito bom encontrar produtos de linhas lights, sendo agradáveis de comer em um espaço que oportunizou um reencontro com a história da região, com a decoração que lembra antigas fazendas de cacau”, destaca Urânia.

O analista da Unidade Regional do Sebrae Ilhéus, Michelangelo Lima, credita o crescimento das formalizações ao trabalho das cidades que já conseguiram implementar a Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas (MPE) e criaram, como consequência da ação, o Balcão do Empreendedor.

Oportunidades no Pontal Criativo - Em Ilhéus, a vendedora ambulante de trufas, Ediane Salles, se prepara para abrir sua primeira loja este ano. O negócio rentável da empreendedora, integrou a segunda edição da Feira Criativa do Pontal que aconteceu entre os dias 1º e 4 de março, em Ilhéus, no Sul do estado. “Sensacional, saboroso demais, a de cacau é perfeita”, elogiou a turista mineira Orlândia Vasconcelos, que passou o período do carnaval na cidade.

Formalizada desde 2010 e decidida sobre o caminho que escolheu para o sucesso, a empreendedora enxergou na produção de trufas uma oportunidade para mudar de vida depois de uma sociedade desfeita. Hoje, ela vende, em média, 40 trufas por dia, mas aceita encomendas. Em períodos especiais, como a Páscoa e o Dia dos Namorados, chega a dobrar a produção. “Agora, nesta feira criativa do Pontal, fiquei ainda mais entusiasmada. Sinto as portas se abrindo cada vez mais para o meu produto”, comemorou.

O Sebrae patrocinou a estrutura e a prefeitura local entrou com a infraestrutura básica, como iluminação, organização do trânsito e limpeza.“O projeto Pontal Criativo é um exemplo de sucesso, e devemos dar atenção e disseminar suas boas práticas”, elogiou a coordenadora da Unidade Regional do Sebrae Ilhéus, Claudiana Figueiredo.